A REPRESENTATIVIDADE INDÍGENA EM CARGOS ELETIVOS NA POLÍTICA BRASILEIRA

Autores

  • Josimar Gonçalves Ribeiro Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, campus Cataguases
  • Gabriela Navarro Sartori Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais: Rio Pomba, Minas Gerais, BR
  • Julia Schettino Raymundo Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais: Rio Pomba, Minas Gerais, BR

Palavras-chave:

democracia, direitos povos indígenas, participação indígena na política, política brasileira, representatividade Indígena

Resumo

Este artigo busca quantificar e comparar o número de indígenas e brancos eleitos e não eleitos na política brasileira entre os anos de 2014 a 2024, analisando fatores históricos que contribuíram para a exclusão indígena dos processos políticos. A pesquisa adota uma abordagem quali-quantitativa, com objetivo explicativo e procedimento documental. São discutidas as ideias de Tylor (1871), que classificou sociedades como primitivas, bárbaras e civilizadas com base em fatores culturais, o que resultou na estigmatização dos povos tradicionais como "atrasados" e "preguiçosos", legitimando sua exclusão. Além disso, Urbinati (2006) destaca a representatividade política como essencial nos Estados Democráticos, garantindo direitos por meio de representantes. A análise revela uma disparidade significativa entre candidatos indígenas e brancos, refletindo o eurocentrismo na cultura brasileira. Contudo, observa-se um aumento gradual na participação e eleição de indígenas, indicando maior interesse e engajamento desses povos na política.

Biografia do Autor

Josimar Gonçalves Ribeiro, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, campus Cataguases

Doutora em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Mestre em Educação pela UCP. Especialista em Língua Portuguesa pela  FEAP. Professora de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Língua Inglesa e Língua Espanhola. Docente efetiva do IF Sudeste MG, Campus Avançado Cataguases

Gabriela Navarro Sartori, Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais: Rio Pomba, Minas Gerais, BR

Gabriela Navarro Sartori é estudante do quarto período de Direito no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais. Participa de atividades acadêmicas, já integrou um júri simulado e atuou como monitora na disciplina de Antropologia e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Seus interesses incluem pesquisa e debates jurídicos.

Julia Schettino Raymundo, Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais: Rio Pomba, Minas Gerais, BR

Júlia Schettino Raymundo é estudante do quarto período de Direito no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais. Participa de atividades acadêmicas, incluindo um projeto de pesquisa sobre o impacto da Lei de Cotas no IF Sudeste MG, e já integrou um júri simulado. Assim como, também, já estagiou no Procon, onde atuava na defesa dos direitos do consumidor.

Referências

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Publicado

2025-12-06

Como Citar

GONÇALVES RIBEIRO, J.; NAVARRO SARTORI, G. .; SCHETTINO RAYMUNDO, J. . A REPRESENTATIVIDADE INDÍGENA EM CARGOS ELETIVOS NA POLÍTICA BRASILEIRA. Revista da Advocacia Pública Federal, v. 9, n. 1, p. 210-224, 6 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigos